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14/04/2021 - A história desse Ford Tudor V8, fabricado em 1934

Fonte: José Roberto Pedro Bom

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O jovem João Amadeu Pedro Bom (Pio) e sua esposa Regina Fabris Pedro Bom (Ina), recém-casados na Capela da Água Verde, nesta capital, no ano de 1917.

Ele com 17 anos e ela com 14 anos, resolveram fixar residência na localidade do Tatuquara região sul de Curitiba, onde hoje está instalada a CEASA. Ali se estabeleceram e prosperaram como produtores rurais e criadores de gado de leite.

Comercializavam seus produtos diariamente empreendendo jornada de aproximadamente 15 quilômetros desde sua chácara até o centro de Curitiba, fazendo as entregas de porta em porta utilizando carroça tracionada por cavalos cuja quantidade variava de acordo com as condições que o clima lhes impunha.

Com tempo bom quatro cavalos para chegar até o bairro Novo Mundo (Shopping Paladiun), daí em diante dois cavalos, os mais treinados e calmos para a entrega, finalizando a jornada matinal no bebedouro do Largo da Ordem, para os animais tomarem água e as vezes algumas compras de ferramentas e suprimentos na Casa Vermelha.


Assim passou o tempo e as guerras, com notícias ouvidas em um rádio acionado por bateria, que ficava na sala de estar do seu Pio e da dona Ina, onde as pessoas da pequena comunidade se reuniam para saber o que estava acontecendo no mundo.


Por volta de 1950, a dona Ina se cansou de ir ao centro de Curitiba pilotando sua charrete de rodas grandes de madeira com chapas de aço, que mesmo com molas e capota, era pouco confortável, assim chamou seu penúltimo filho Juvenal, que era mecânico na Base Aérea do Bacacheri e lhe deu a missão de encontrar um automóvel para que o seu Pio o adquirisse, 'Juvenal, ache um carro para o seu pai comprar. Eu quero um automóvel não quero nenhum pé de bode.' Tarefa dada tarefa cumprida, assim surgiu esse Ford Tudor V8 ano 1934. Carro que era utilizado por meu avô para a entrega de leite, transporte de suprimentos, visitas aos familiares e amigos, pequenas viagens, enfim atender as necessidades da família e socorrer em muitos casos pessoas doentes, acidentadas, gestantes, etc.

PS. Na década de 1960, não sei precisar o ano a dona Ina deu outra ordem de compra, agora para o meu pai Waldemar (Mari), mandou que ele comprasse um aparelho de televisão, pois ela havia visto na revista “O Cruzeiro” essa novidade, ele adquiriu um aparelho marca Cibeal, acho que era produzido na Argentina, sei que tinha que esperar um tempão para aquecer as válvulas (tubos), novamente a casa da dona Ina recebia a vizinhança para assistir as notícias.

Por volta de 1970, o Fordinho do vovô Pio, como era chamado, foi aposentado e ficou no abandono até que apareceu certo cidadão 'metido a colecionador', muito conhecido, cujo nome não vale a pena ser citado..., que ofereceu ao seu Pio a importância de cem cruzeiros pelo Fordinho, uma nota vermelha bem feia que a gente usava para comprar bala na quitanda, meu avô logicamente não vendeu o carro e muito chateado chamou meu pai e perguntou com lágrimas nos olhos 'você não quer o Fordinho?', a resposta foi 'sim papai eu quero comprar ele do senhor' e meu avô disse sorrindo 'então ele é seu se você me der cem cruzeiros'.

Negócio fechado, começa a epopeia da restauração que foi concluída em 1994, envolvendo bons e maus profissionais, pessoas boas e também as de má índole, dificuldades de encontrar peças e seu alto custo, enfim conseguimos restaurar o 'Fordinho do vovô Pio' que meu pai e eu juntos desfrutamos desse maravilhoso carro por mais de 12 anos.

Agora a missão de preservá-lo passou para mim, tarefa que executo com alegria, orgulho e que me traz grande satisfação.




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